O que dizer a uma mãe

Certa vez, revoltadíssima, postei aqui um texto em que falava do preconceito escrachado às pessoas com filhos. Eu sei que esse tem sido um tema recorrente neste blog. Perdoem-me os meus leitores, mas é que minha vida, depois que saí do caixa, não tem sido permeada de fatos muito interessantes - não que o caixa fosse interessante, mas ao menos era engraçado.

Portanto, permitam-me escrever mais uma vez sobre a reação das pessoas quando eu digo que tenho um filho. Só que dessa vez foram dois fatos que me deixaram contente. O primeiro, obviamente, veio daquelas pessoas lindas, maravilhosas e educadas que dizem: "Nossa, é seu filho? Puxa mas você é tão novinha! Tão magrinha." Não sei se é verdade e nem quero saber. Prefiro ser feliz na ignorância. Todo mundo sai lucrando numa situação dessa: a pessoa é abençoada por mim, eu fico com a autoestima em dia e o Pedro com o privilégio de ter uma mãe "novona". (Meu próximo post será sobre o sufixo -ona, uma análise interessante da sua empregabilidade.)

O segundo é o seguinte:
-Não posso ir. Preciso ficar com meu filho.
-Você tem filho?! Puxa, que bacana!
-Tenho um rapazinho de três anos.
-Adoro criança. Tenho um sobrinho dessa idade. É a melhor coisa do mundo! Leva ele, uai!
Não estou dizendo que o cara me conquistou e estou perdidamente apaixonada, mas ouvir alguém tão receptivo ao fato de ter um filho me deixa feliz também. Não tanto quanto dizer que sou novinha, maaass... já serve!

Portanto, amigos, cuidado com o que dizem. Algumas mães têm ouvidos atentos e um algoz trabalhando no departamento de interpretação de textos do cérebro. Uma palavra na hora certa e as portas do paraíso se abrem e São Pedro na entrada te entrega a chave da suíte presidencial com um Chandon. Mas uma palavra mal colocada, num momento impróprio, te faz beber Velho Barreiro no inferno.

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