A despeito do post anterior senti a necessidade de responder a dois comentários. Primeiramente, o Biotônico era o inverso do Emulsão Scott. Enquanto este tem um desprezível gosto de óleo de fígado de bacalhau, aquele tinha gosto de pinga. Sim, o Biotônico, assim como o Sadol, era para nós crianças, o que a cachaça era para o Mussum, ou seja, o "mé"! Era uma delícia! Aquele gostinho que ficava na boca... hummm... não tava nem aí se tava tomando ferro (não literalmente, pelo amor de Deus!), eu queria era beber. Tomava uma colher de sopa antes das refeições e, às vezes, uma gole escondido. O segundo comentário versa a respeito de fazerem um Biotônico Ice. Até imaginei... Jesus! Com duas pedrinhas de gelo e umas folhinhas de hortelã... a deficiência de ferro já era! Mas o assunto Biotônico me faz lembrar de uma parte trash da minha infância. Aos dez anos eu tive reumatismo no sangue. Tomava várias Benzetacis por mês - e quem já tomou sabe que não há injeção pior no mundo. Até aí
Briguei com minha mãe. Todo mundo briga com as mães. Mas me sinto com muito remorso. Eu não devo brigar com ela. Sei que tudo fica insuportável e estafante às vezes. Aquele excesso de zelo, a preocupação exacerbada, a insistência em gerenciar a minha vida, tudo isso é comum a muitas pessoas e acabamos por falar coisas duras demais para ouvidos tão bons e que nos amam tanto. Não só os ouvidos dela me amam, e sim, ela como um todo! E o pior, eu sei disso! É nesse momento que sinto um remorso tão grande que parece que vai me comer de dentro pra fora. A função do amadurecimento é não permitir que cometamos os mesmos erros vezes seguidas. E não quero incorrer novamente no erro de só dar valor depois de perder. Eu já perdi duas pessoas a quem amei muito. Uma por força do destino, outra por não saber lidar com as circunstâncias. Mas eu não me arrependo das decisões que tomei. Elas foram de fundamental importância para eu perceber isso que vos transcrevo hoje. Posso ver as coisas sob uma
All Stars me comovem. Gosto de pessoas que usam esse tipo de tênis. É uma sensação empática, sabe? Tipo um símbolo tribal, daqueles que você vê em outras pessoas e reconhece de onde ela vem, do que ela gosta e o que ela realmente é. Tá certo. Eu fui longe demais. Um simples tênis não revela tanto assim sobre uma pessoa, mas que é uma identidade, ah, isso é. Esses dias eu vi uma adolescente que usava os restos mortai de seu All Star como se fosse algo extremamente importante e fundamentado. E garanto que naquela performática mente juvenil o tênis (ou o que sobrou dele) representava algo realmente importante e fundamentado. Caso contrário, quem se dignaria a usar um calçado aberto na lateral, quase sem sola e com os cadarços imundos? Questão de ideário. Quem usa All Star tem um quê de diferente, tem um balacobaco, um parangolé, saca? Já vi muitos velhinhos usando esse tênis. Daí eu me pergunto por que eles usam camisa de manga curta e All Star em vez de sapatos de verniz e suspensórios?
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