O ipê-amarelo da estrada

Dirigir na maioria das vezes é um saco! Ao menos para mim, que não sou muito adepta a dividir espaços. Mas em raras circunstâncias o ato de dirigir nos proporciona sensações maravilhosas. Nesses últimos dias tenho observado os ipês-amarelos ao longo da estrada para o meu trabalho. Aqui, nesse cerradão de meu Deus, o tempo seco é um tanto quanto rigoroso. É um poeirão, não tem umidade no ar, faz um calor da muléstia e as coisas ficam todas acinzentadas. Mas eis que o ipê-amarelo chama a atenção. Entremeio às árvores de pequeno porte, contorcidas, de folhas embaçadas e o capim marrom-amarelado surgem as flores de um amarelo tão vivaz, vívido, vislumbrante que vivifica qualquer ser vivente que passa por ali (aqueles que se dão ao luxo de olhar ao redor, é claro, pois há pessoas que só enxergam o negro do asfalto quando dirigem).

Quando vejo aqueles ipês... amarelinhos... se destacando na paisagem, meu coração se enche de alegria. Como se Deus sussurasse no meu ouvido "tá vendo? ele tá fazendo a diferença no cenário dele? e você? o que tem feito?". Até quando as flores caem, o chão fica iluminado. Contudo, o ipê não floresce o ano todo. Ele guarda forças enquanto as outras árvores brilham, pra depois voltar fulgurante novamente.

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